Impacto e realismo. É isso que os responsáveis pela série Onde Está Meu Coração prometem, no programa que estreará no GloboPlay no primeiro semestre de 2020, e que deverá ganhar janela na TV aberta em algum momento, a saber. São 10 episódios de 40 minutos cada um. A série é protagonizada por Fábio Assunção e Letícia Colin, e contará a difícil realidade de quem é viciado em crack. A linguagem visual será próxima do cinema, com planos gerais de São Paulo para mostrar como a vida é pequena perto do que imaginamos o que é.
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“Nós pretendemos não mostrar a hora da paranoia da droga, o momento bom. E sim a parte humana, de como é a dificuldade se livrar disso, e que todos nós estamos sujeitos a isso, independente de classe social”, afirmou a diretora da série, Luiza Lima. O elenco admitiu que foi um programa pesado e difícil de fazer. Mariana Lima, uma das protagonistas da série, declarou que foi uma alegria reencontrar Fábio Assunção depois de 24 anos em um trabalho: “Foram dias muito emocionantes, fazer essa série foi muito complicado porque toca na alma. A Letícia Colin está irreconhecível”.
Fábio Assunção e a temática das drogas no projeto em Onde Está Meu Coração: “Quando me convidaram para fazer essa série, aceitei na hora”
Publicamente uma das pessoas que mais lutam para conscientizar sobre as drogas, sem dúvida, Fábio Assunção falou que aceitou tudo na hora. E aproveitou para desabafar de algo que viveu tão de perto. “Quando me convidaram para fazer essa série e falar sobre o assunto na dramaturgia, sem um roubo da minha imagem, aceitei na hora. A droga não pertence à classe pobre e da periferia do Brasil. A droga não pode ser um instrumento de segregação racial, como é hoje. Muito além da questão do produto químico, falamos do afeto, de como essa família é arrasada pela questão. Todas as cenas foram emocionantes. Quando eu falava para a minha filha, que é a Letícia Colin, é como se eu estivesse me ouvindo. Quando mais a gente fala disso, a gente constrói uma sociedade melhor”, afirmou ele.
Sérgio Goldenberg, escritor do programa, fez um desabafo sobre a política atual. Ele criticou o presidente Jair Bolsonaro e a atual política de cultura. “Nós queremos que vocês assistam à série sem preconceitos, porque nós artistas gostamos disso. Não somos vagabundos, nós não somos qualquer pessoa. O futuro desse país está no amor, não em armas. Eles passarão e nós passarinhos!”, afirmou Sérgio.
Com efeito, mais que uma série, Onde Está Meu Coração quer ser um programa que conscientize o público e a todos sobre as drogas. A ovação feita por quem estava no auditório principal da CCXP 19 nesta sexta (6) pode atestar que vem algo impactante por aí, com toda a certeza.