Dez anos longe do horário nobre da TV, Taís Araujo diz que está mais preparada para as críticas em relação ao seu trabalho. Em Amor de Mãe, que estreia em novembro, ela é Vitória, uma advogada que sonha em ser mãe e acaba esbarrando em conflitos éticos por conta do seu trabalho.
Veja também:
A última participação da veterana na faixa das 21h foi em Viver a Vida (2009), escrita por Manoel Carlos, onde deu vida a Helena, primeira protagonista negra do horário. Na época, Tais foi muito criticada. O que não aconteceu com a também protagonista Preta de Da Cor do Pecado (2004) trama das 19h, de João Emanuel Carneiro.
Novela, uma obra aberta
Helena acabou sendo ofuscada pelo papel de Luciana, Alinne Moraes. A heroína de Maneco, como o autor é conhecido, casou-se com um homem vinte anos mais velho, Marcos (José Mayer), ganhou a antipatia da ex-mulher dele, Tereza (Lilia Cabral) que largou a carreira de modelo em nome do matrimônio e, pra piorar, Luciana, enteada de Helena, sofreu um grave acidente de ônibus e ficou paraplégica após discutir com a protagonista durante uma viagem internacional.
Helena se sentiu culpada pelo ocorrido. Pediu perdão e levou um tapa de Tereza, a vilã e mãe da mimada Luciana. Por tudo isso acabou ganhando a antipatia do público.
Amadurecimento
“A gente amadurece. Envelhecer é bom por isso. É claro, meu Deus, dá última vez que estive nesse lugar… O que eu aprendi? Aprendi muitas coisas. Vida de artista é um eterno recomeçar. As críticas são parte da caminhada, fazem parte do processo. Naquela época eu fiquei muito abalada porque eu fiquei imune às criticas, vim de personagens muito prósperos [Xica da Silva, Da Cor do Pecado, Cobras e Lagartos], eu não me conhecia. Fatalmente eu serei criticada de novo em algum momento da minha vida, não tem um ineditismo, e eu já sei como é (risos). Nem todo mundo vai gostar do nosso trabalho, mas tem gente que vai gostar também”.
Nada como um trabalho após o outro
A carreira de Tais é elogiada por conta das boas escolhas e desempenho em papéis que ajudaram a trazer à tona conflitos de mulheres que antes não tinham visibilidade em outras histórias. Com destaque para Cheias de Charme (2012), onde deu vida a Maria da Penha, criou o filho trabalhando como doméstica, deixou para trás um casamento abusivo e ajudou na formação dos irmãos, um deles em direito. Representatividade.