Semana do Orgulho LGBTI: Relembre cenas de homofobia nas novelas que chocaram o Brasil

Publicado em 19/06/2019

Neste domingo (23) será celebrada a 23ª edição da Parada do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex) no Brasil e no mundo; o maior evento da comunidade gay. Por aqui, os imbróglios que envolvem as causas dessa luta são explicitamente tratadas não só no cinema, mas também na dramaturgia televisionada.

E dentro desse âmbito, nós do Observatório da Televisão relembramos as novelas e séries que abordaram a temática LGBTI, informando o público através de cenas que retratam como a homofobia acontece, o quão é importante discutir na televisão, relatar e denunciar esse tipo de crime para que ele seja combatido. Confira:

A Força do Querer (2017) – Ivana sofre aborto ao ser espancada por estar vestindo roupa masculina

Glória Perez acerta ao aproximar Nonato e Ivana
Nonato e Ivana DivulgaçãoGlobo

Em 2017 a autora Glória Perez parou o Brasil com a trama sobre Ivana (Carol Duarte). O capítulo 106 da história mostrou a jovem caminhando pelas ruas, usando roupas masculinas. Ivana foi cercada por homens que a agrediram verbalmente antes de tentarem atacá-la fisicamente.

Ela se livra de ser violentada fisicamente com a ajuda de Nonato (Silvero Pereira), que afasta os agressores. Trans, Ivana já enfrentava resistência dentro da própria casa com Joyce (Maria Fernanda Cândido), que cogitava interná-la.

Joyce (Maria Fernanda Cândido) e Ivana (Carol Duarte) de A Forca do Querer
Joyce Maria Fernanda Cândido e Ivana Carol Duarte de A Força do Querer DivulgaçãoTV Globo

Mais adiante, já como Ivan, o personagem leva uma surra de homofóbicos e sofre um aborto. Ivan é encontrado desmaiado. Tal fato acontece após o personagem assumir a identidade masculina para sua família. Certo em fazer a mudança de sexo, ele havia interrompido a transição ao descobrir gravidez de seu namorado, Cláudio (Gabriel Stauffer).

Amor à Vida (2013) – César deserda Félix ao descobrir a homossexualidade do filho e o obriga a esconder a notícia

César proibiu Félix de revelar publicamente sobre sua homossexualidade ou o deserdaria
César proibiu Félix de revelar publicamente sobre sua homossexualidade ou o deserdaria Reprodução TV Globo

Depois que a verdade sobre a sexualidade de Félix (Mateus Solano) vem à tona, em Amor à Vida, novela de sucesso do autor Walcyr Carrasco (2013), uma verdadeira guerra se instaura na família do personagem. César (Antonio Fagundes) não admite ter um filho gay e exige que ele continue mantendo as aparências”.

Fragilizado, o vilão recebe alguns apoiadores, em contrapartida, César se revolta e decide deserdar o filho. “Pai…“, chama Félix ao tentar uma conversa com César. O médico se volta e é duro com o filho. “Pai? Você ainda tem coragem de me chamar de pai?“, pergunta um enfurecido César, que ainda critica os trejeitos e apelidinhos inventados pelo filho. “Para um homem, um homem que é homem com H maiúsculo, acontece. Antes da sua mãe, eu tive todas as mulheres que eu quis. Não nego que depois do casamento tive minhas aventuras. Eu já fui apelidado de garanhão! Como quer que eu me sinta, Félix, ao saber que meu filho é tudo, menos um garanhão? Que o filho de César Khoury… É gay?“, disparou.

Totalmente Demais (2016) – Max sofre espancamento na rua ao sair de balada

Totalmente Demais trouxe a história de Max, vivido por Pablo Sanábio. O booker foi espancado por um grupo de pitboys após ser hostilizado por estar de mãos dados com outro rapaz. Ele também sofria com a homofobia dos pais. Chegou a fingir que era hétero para ter a aceitação da família.

A cena acontece após os dois saírem da boate juntos. Eles atacados verbalmente e Max os enfrenta. Ursão diz para Max correr, mas ele se recusa. O paquera foge e o assistente de Arthur (Fabio Assunção) acaba apanhando sozinho. Rafael (Daniel Rocha) vê a cena e chama a polícia. Os playboys fogem e Max, envergonhado, se nega a ir para o hospital. “Por favor, eu só quero sair daqui“, pede Max.

Babilônia (2012) – Consuelo ataca Teresa: “A depravada mais famosa do Brasil!

Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg) formavam um casal em Babilônia, de Gilberto Braga. As duas passaram a história sendo enfrentadas por Consuelo (Arlete Salles), a advogada, fanática religiosa. Consuelo as xingava de ‘sapatas safadas’. Parte dos telespectadores rejeitou o casal de octogenárias devido ao beijo na boca dado por elas logo no primeiro capítulo.

Malhação (2010) – Globo respondeu ao ataque que um homossexual sofreu na Avenida Paulista, por parte de um rapaz munido de uma lâmpada fluorescente

Cadu, interpretado pelo ator Binho Beltrão na temporada 2010 de Malhação, sofreu agressão homofóbica por três arruaceiros. A cena de violência, mostrou tapas, socos e chutes, e o personagem teve uma das costelas fraturada. Na trama, o personagem desconfiava que os agressores, que usavam capacetes, fossem alunos do próprio colégio onde estudava, o Primeira Opção.

Por conta disso, ele optou por sair do colégio, devido aos constantes atos homofóbicos que praticavam contra ele. A cena ganhou repercussão nacional por se tratar da reconstrução de um caso real ocorrido na Avenida Paulista, em São Paulo, quando Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, foi atacado por volta de seis horas da manhã por cinco homens.

Duas Caras (2007) – Linchamento e exorcismo

Na trama de Aguinaldo Silva, Bernardinho era um homossexual interpretado pelo ator Thiago Mendonça. Em dado momento da história ele é flagrado pelo pai, Bernardo (Nuno Leal Maia), na cama com Carlão (Lugui Palhares). O cozinheiro virou alvo da fúria do pai. A madrasta, Amara (Mara Manzan), sugeriu que ele fosse submetido a uma sessão de exorcismo para “deixar de ser gay”.

Mais tarde, o rapaz formou um triângulo amoroso com Dália (Leona Cavalli) e Heraldo (Alexandre Slaviero). A evangélica radical Edivânia (Susana Vieira) propôs aos vizinhos que os três fossem linchados para acabar com aquela “pouca vergonha”.

***Atualmente, o Disque 100 funciona como um número de telefone destinado ao recebimento de denúncias sobre pedofilia, abuso de crianças, trabalho infantil e também homofobia. Há em São Paulo uma Delegacia especializada em Delitos de Intolerância, nos contatos abaixo:

Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI)
Rua Brigadeiro Tobias, 527 – 3º andar Luz – SP
Tel: (11) 3311-3556/3315-0151 – Ramal 248

Para denúncias pela internet acesse: http://www.humanizaredes.gov.br/disque100/

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