Desenlace fatal: outros mocinhos que, como Gabriel de O Sétimo Guardião, morreram no último capítulo

Publicado em 17/05/2019

Último capítulo de novela remete a justiça e celebração. Vilões sendo punidos, mocinhos se acertando e se casando, bebês nascendo e até novos pares se formando de última hora… Mas nem sempre o bem, o amor e a felicidade triunfam quando uma história chega ao fim.

Em alguns casos mais raros, o público derrama lágrimas da mais profunda comoção ao ver o herói, por quem torceu ao longo de meses a fio, encontrar-se com o mais trágico dos destinos: a morte.

É o que veremos hoje (sexta-feira, 17) no último capítulo de O Sétimo Guardião. Depois de tanto lutar para proteger a fonte de Serro Azul, Gabriel (Bruno Gagliasso) deverá acabar assassinado pela ex-noiva, Laura (Yanna Lavigne), condenando sua amada Luz (Marina Ruy Barbosa) ao celibato.

Na história de televisão, é notório que outros protagonistas já tiveram o mesmo destino de Gabriel. Vamos relembrar alguns?

Comendador José Alfredo (Alexandre Nero) de Império
Comendador José Alfredo (Alexandre Nero) de Império (Divulgação/TV Globo)

José Alfredo (Alexandre Nero), em Império (2014)

Em seu trabalho anterior para o horário nobre da Globo, Aguinaldo também deu cabo do próprio protagonista. O comendador José Alfredo morreu assassinado pelo próprio filho mais velho, José Pedro (Caio Blat), que sempre ambicionara assumir os negócios do pai.

Finais diferentes foram gravados sobre a morte de Julia (Vitória Strada) de Espelho da Vida
Público sempre soube que Julia (Vitória Strada) morreria em Espelho da Vida (Divulgação/TV Globo)

Júlia Castelo (Vitória Strada), em Espelho da Vida (2019)

Desde o começo desta inusitada trama de Elizabeth Jhin, já se sabia que Júlia Castelo morreria em algum momento da história. A grande questão era: quem realmente teria matado a moça? Foi isso o que Cris Valência (Vitória Strada), sua reencarnação nos dias atuais, propôs-se a descobrir junto com o público, viajando no tempo para os anos 1930, quando o crime havia acontecido.

Na semana final do folhetim, a verdade veio à tona: fora o coronel Eugênio (Felipe Camargo), pai de Júlia, quem assassinara por acidente a própria filha. Covarde, ele deixou que Danilo Breton (Rafael Cardoso), genro a quem jamais aceitou, levasse a culpa pelo delito em seu lugar.

Gabriel Braga Nunes como Laerte na novela Em Família (Reprodução / Globo)

Laerte (Gabriel Braga Nunes), em Em Família (2014)

Laerte foi daqueles ‘mocinhos’, por assim dizer, que nascem fadados à rejeição do público. Mimado, de caráter duvidoso e infiel por natureza, assumiu o romance com Luísa (Bruna Marquezine) contra a vontade dos pais dela, Helena (Júlia Lemmertz) e Virgílio (Humberto Martins), e, de quebra, vivia traindo a moça sem qualquer remorso.

Resultado: acabou assassinado no último capítulo da história de Manoel Carlos, logo após seu casamento com Luísa, pelas mãos de Lívia (Louise D’Tuani), uma de suas amantes.

Cena final da reprise de Teresa no SBT (Reprodução / SBT)
Cena final da reprise de Teresa no SBT (Reprodução / SBT)

Teresa (Angelique Boyer), em Teresa (2019)

Típico caso de ‘vilãgonista’ da dramaturgia latina, Teresa aprontou todas as que pôde em nome da ambição. Apesar disso, a produção da trama lhe reservou uma inesperada redenção, a tal ponta que a moça, arrependida, acabou a história nos braços de Arthur (Sebastián Rulli), seu verdadeiro amor.

Quando, porém, reprisou o folhetim da Televisa em suas tardes, o SBT prometeu desde as chamadas de estreia a exibição de um final alternativo, distinto ao da primeira exibição, em 2016. E, desta vez, vimos Teresa morrer assassinada pelo ex-amante, Fernando (Daniel Arenas). A mudança do desfecho gerou revolta na internet entre os fãs da novela.

Francisco Cuoco e Eduardo Moscóvis: duas faces do Carlão de Pecado Capital (Divulgação / Globo)

Carlão (Francisco Cuoco / Eduardo Moscóvis), em Pecado Capital (1975 / 1998)

Primeiro anti-herói da carreira de Janete Clair, Carlão foi um personagem marcado pela controvérsia na primeira versão de Pecado Capital, nos anos 1970. As atitudes questionáveis do personagem, porém, não puderam ficar impunes na conclusão da trama, quando o personagem morreu tragicamente, nas mãos dos autores do assalto que dava mote à trama.

Em 1998, Glória Perez escreveu, para a faixa das 18h, uma nova versão da obra, sem o mesmo sucesso da original. Muitas mudanças foram feitas, mas, mesmo assim, Carlão repetiu o desfecho trágico de seu precursor. Agora vivido por Eduardo Moscóvis, o taxista acabou baleado na frente da amada, Lucinha (Carolina Ferraz), enquanto tentava devolver o dinheiro do assalto.

Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis) de Alma Gemea
Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis) de Alma Gêmea (Divulgação/TV Globo)

Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscóvis), em Alma Gêmea (2006)

Quase dez anos depois de Pecado Capital, Eduardo Moscóvis repetiria em outra novela a situação do “mocinho-morto-no-último-capítulo” – só que, desta vez, acompanhado. Após aprontar todas – mas todas mesmo – para separar Serena de Rafael, a vilã Cristina (Flávia Alessandra) o matou com um tiro à queima roupa.

Serena, sob a emoção de ver o amado partir, sofreu um infarto e morreu junto com ele. Como a trama de Walcyr Carrasco possuía teor espírita, uma passagem de tempo mostrava a reencarnação dos dois se encontrando como crianças, na cena final.

Roger Gobeth como Frederico Fritzenwalden em Floribella (Reprodução / Netflix)

Frederico Fritzenwalden (Roger Gobeth), em Floribella (2005)

Desta vez, a morte do galã aconteceu em nome de um ‘fim nobre’ – ironicamente falando. Com o sucesso de sua primeira parte no horário nobre da Band, Floribella ganharia uma segunda temporada no ano seguinte. Com isso, saía de cena o mocinho original para ceder espaço a um novo protagonista, o conde Máximo (Mário Frias).

Frederico morreu em um acidente de helicóptero, logo após um casamento simbólico com sua amada Flor (Juliana Silveira). Ele partia para a Alemanha a fim de anular seu enlace com a vilã Delfina (Maria Carolina Ribeiro). Como se tratava de uma novela de cunho infantil, o falecimento do galã foi tratado com um belo simbolismo, no qual ele ia parar em uma espécie de ‘bosque encantado’, com direito a fadas e tudo o mais.

Susana Vieira como Nice em Anjo Mau
Susana Vieira como Nice em Anjo Mau (Cedoc/TV Globo)

Nice (Susana Vieira), em Anjo Mau (1976)

Nos longínquos e conservadores anos 70, Cassiano Gabus Mendes considerou que sua anti-heroína Nice não poderia terminar sem uma punição para as maldades que cometeu na trama, em nome da ambição de casar-se com o ricaço Rodrigo (José Wilker). E ele pesou a mão nesse castigo: a babá morria no parto, dando à luz seu filho com o amado.

Em 1997, Anjo Mau ganhou uma nova versão com o mesmo título, assinada agora por Maria Adelaide Amaral. Esta, aliás, foi bem mais benevolente com a protagonista que seu percursor: atendendo aos apelos da audiência, manteve Nice (Glória Pires) viva e concedeu-lhe um esperado final feliz ao lado de Rodrigo (Kadu Moliterno).

Elizabeth Savala como Marcela em Plumas e Paetês (Divulgação / Globo)

Marcela (Elizabeth Savala), em Plumas e Paetês (1981)

Esta outra trama de Cassiano Gabus Mendes amargava uma audiência medíocre quando, acentuando ainda mais os problemas de bastidores, o autor sofreu um infarto. Impossibilitado de voltar aos textos, indicou o colega Silvio de Abreu para assumir a autoria da novela em seu lugar.

Ciente dos problemas que o folhetim enfrentava no Ibope, Silvio promoveu algumas mudanças na história – e a mais siginficativa delas atingiu em cheio a protagonista, Marcela. De jovem que assume uma falsa identidade ‘quase sem querer’, para preservar a si e à filha, ela se tornou uma mulher oportunista e interesseira, disposta a tudo para conquistar o amor de Edgar (Cláudio Marzo).

Melhorou para a audiência, mas não para a protagonista, que morreria em um grave acidente de carro, pagando caro por ter ‘saído da linha’. Em 2010, no remake da novela Ti Ti Ti, Maria Adelaide Amaral reaproveitou a trama principal de Plumas e Paetês, agora com Ísis Valverde como Marcela. Como, desta vez, ela se revelou um modelo de conduta, acabou garantindo seu happy ending com Edgar (Caio Castro).

As Irmãs Cajazeira com o bem-amado Odorico
As Irmãs Cajazeira com o bem-amado Odorico (Paulo Gracindo) (Divulgação / Globo)

Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), de O Bem Amado (1973)

Um dos casos mais emblemáticos – e pioneiros – de herói que coroa o desfecho de sua saga com a própria morte, ganhava aqui contornos tragicômicos por conta do contexto em que ela acontece.

O prefeito Odorico passou toda a trama de O Bem Amado tentando inaugurar o cemitério da fictícia cidade de Sucupira. Ele só não supunha que a primeira lápide do fúnebre empreendimento traria seu nome impresso – e tudo graças a Zeca Diabo (Lima Duarte), bandido que o próprio Odorico havia contratando para ‘providenciar-lhe’ um defunto que possibilitasse a inauguração.

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