Longe da Globo, Maitê Proença vive lésbica em série brasileira da Fox

Publicado em 10/10/2017

Maitê Proença esteve presente no lançamento da segunda temporada da série Me Chama de Bruna, da Fox. Na trama ela interpreta Miranda, uma jornalista lésbica que é apresentadora de televisão que irá se relacionar com Bruna Surfistinha (Maria Bopp). A atriz, que deixou o casting da Rede Globo recentemente, contou que o roteiro bem feito foi um ponto decisivo para aceitar o convite.  Maitê também comentou a polêmica envolvendo uma criança e um homem nu em exposição no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) recentemente.

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Como está sendo essa nova experiência em um trabalho fora da Rede Globo?

A verdade é que cada trabalho é um trabalho, a gente não pensa nas circunstâncias e esse trabalho tem uma pegada cinematográfica, que também me distancia um pouco dessa associação de estar fazendo televisão.

O que te levou a aceitar o convite para fazer Miranda?

Eu gostei da série, gostei do que li. Eu acho ela poderia ter uma pegada oportunista que visasse um pequeno nicho de público e ela não tinha. A série tinha uma grandeza nas cenas dela, uma forma de tratar os assuntos que eu achei corajoso, mas bem honesto. Na minha negociação pra fazer eu pensei: ‘dá pra fazer, eu gostei de ler esse negócio’. Roteiro é um negócio, em geral, meio chato pra ler, ele não é literatura, foi feito para ser encenado. Quando a gente gosta do roteiro, já é um bom sinal, porque tem uma base boa em cima da qual se trabalhar.

Demorou a negociação?

Comecei a conversar com eles pra ver como seria para fazer as cenas, como seria dirigido, como seria o tratamento das cenas. Nós chegamos num acordo, foi tudo muito elegante. A forma como a gente tratou a relação das personagens. Meu personagem se relaciona basicamente com o da Maria. Eu me senti muito bem, foi muito bom. Eu torço que funcione.

E como foi contracenar com a Maria Bopp?

Eu achei a Maria extraordinária, uma pessoa não agradável e fácil no trato, mas inteligente, que é um descanso pra gente quando está no set, você ter um convívio inteligente. E ela tem uma espontaneidade que cativa muito.

A série mostra sexo e nudez, você acha que tem um limite nesse campo já que recentemente se polemizou muito a nudez masculina numa exposição em São Paulo?

Sobre o que está acontecendo agora, eu acho que tem muita falta de informação, se a gente for no cabeleireiro e perguntar para aquelas pessoas se elas sabem porque que surgiu toda essa polêmica, elas não sabem. Elas acham que uma criança pegou no pinto do homem que estava provocando ela e era cena era libidinosa, porque falou-se em pedofilia, em zoofilia, e tudo isso te torna mentirosa. Então os conservadores de todas as áreas com suas agendas próprias estão demonizando a arte para afastar o foco de acontecimentos verdadeiramente demoníacos, que é a falta de saúde, a falta de educação de qualidade para todos, a miséria que voltou por conta da roubalheira desenfreada. Então, quando acontece uma coisa dessa que você pode através da mentira induzir a população a uma reação, trocar o foco daquele negócio que te incomoda e atender as suas próprias agendas conservadoras, fazem com que as pessoas fiquem mais conservadoras e reagem como se aquilo fosse verdade. Hoje em dia é muito fácil com a internet criar versões em cima da ignorância.

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