Envolvimento

“Vai quebrar corações”, conta Grace Gianoukas sobre personagem em Salve-se Quem Puder

Personagem vai quebrar regras em nome do amor às mocinhas

Publicado em 06/02/2020

Em Salve-se Quem Puder, Ermelinda (Grace Gianoukas) é uma moradora da zona rural de Judas do Norte (SP), que junto ao filho Zezinho (João Baldasserini), abriga as protagonistas que estão sendo protegidas por um programa da Justiça.

Em sua terceira novela na TV Globo como integrante do elenco fixo, a atriz, que vive a caipira, falou com o Observatório da TV sobre sua participação na trama de Daniel Ortiz, analisou a personagem e contou novidades sobre os próximos capítulos da história. Confira:

Você já tem sentido o retorno do público sobre a personagem? O que está achando?

“Minha personagem entrou agora nos últimos dias. Eu recebi milhões de mensagens. Eu não tenho Twitter, mas as meninas me disseram que as pessoas comentaram bastante no Twitter. Eu não tenho essa dimensão, porque não sou uma ‘tuiteira’, mas recebi bastante mensagem no Whatsapp e Instagram. As pessoas gostaram muito e eu fiquei feliz com a entrada da minha personagem na novela. É uma personagem delicada, porque tem um outro sotaque, que não pode ser exagerado, porque vai pro Brasil inteiro, mas tem que ter uma regionalidade, tem que ser fiel ao lugar que ela pertence sem ser carregada. Então são vários desafios e eu estava um pouco insegura nesse sentido de ficar verossímil. Mas a personagem é engraçada, amorosa, porque ela é bem mãezona e eu gostei do capítulo que eu e o João (Baldasserini) entramos, acho que está dinâmico. Tô feliz!”

Na história vocês estão contracenando com galinhas. Como tem sido pra você a experiência?

No sítio da Ermelinda e do Zezinho tem uma galinha chamada Felipa, que começa agitadinha porque sabe que vai pra panela, mas as meninas dizem que não querem dar nome pra comida e Felipa vai começar a fugir, fazendo com que Ermelinda se dê conta que ela é muito inteligente, especial, e resolve que está disposta a mudar o destino dela que é a panela. Então, a Felipa não vai mais pra panela e a Ermelinda arranja outra coisa pra elas comerem, tornando a galinha de estimação. Ela vai dar palpite, vai participar muito…todo mundo vai se apregar e ela tem uma certa implicância com a Kyra/Cleyde (Vitória Strada), mas é isso…temos trÊs atrizes galináceas: Felipa, Juliana e Raquel. As três têm a cristinha pro lado e são doces, uns amores. Eu adoro contracenar com essas ‘galinhazinhas’, porque, na infância, em minha casa, eu e meus irmãos sempre tivemos essa coisa de criar galizé,então eu vivia no meio das galinhas, pintava as unhas delas…sabe aqueles lacinhos que bota na cabeça de neném com sabonete? Eu colocava nas galinhas, mas não, nunca fiz maldade, eram todas atrás de mim, a gente era amigas, então eu fico feliz, porque eu tenho certa familiaridade na infância e eu sou completamente apaixonada pelas três. Se eu pudesse, depois da novela, queria levar elas pra mim, são adestradas, calmas, queridinhas, vou fazer um galinheiro e levar pra SP. Eu tô sempre a favor das galinhas. Sou apaixonada pro animais, cobra, tudo. Eu tenho muita alegria de estar perto de animais. Essa é a terceira oportunidade de estar com eles em cena. Em Haja Coração (2016) teve uma cena que meu personagem teve a casa invadida por todos os bichos. Em Orgulho e Paixão (2018) também teve cenas que fiz com porquinho”.

Você tem animal de estimação?

“Depois que mudei pra SP, tenho gatos e em breve vou adotar dois cachorrinhos. O gato rapaz chama-se Bituca em homenagem ao Milton Nascimento, porque fui ver um show dele e dei de cara com a feira de adoção. E ela se chama Helena, que é uma mocinha grega”.

Conte sobre a nova fase da personagem em São Paulo.

“Acabará havendo um envolvimento muito grande entre Ermelinda e as três. Ela fica muito encantada pelas três flores e ela se compadece, acaba descobrindo as histórias delas e elas vão querer fugir pra São Paulo, pra poder ir atrás das vidas delas. E ele acabam se envolvendo emocionalmente com as testemunhas e resolvem mudar pra SP pra continuar protegendo as três, já que elas não vão desistir da ideia de tentar ter ainda alguma informação sobre a vida que elas deixaram para trás. Então, assim…vai ser uma fase bem legal, nós vamos morar na casa de um parente na Vila Carrão, aí a gente fica envolvido com a comunidade. Tem o bar do Seu Edgar (Cosme dos Santos), tem a Bel (Dandara Mariana), que já fica a fim do Zezinho, então começa a entrar vários personagens e várias novas tramas, tá ficando muito bacana, bem humanizado, bem ágil, tô me divertindo muito. E quem é que vai pra SP? A Felipa, porque ela tá com os ovinhos e se muda junto.”

Ermelinda vai viver um romance?

“Olha, dizem que ela vai quebrar os corações lá em SP, agora eu não posso falar muito.”

Ela vai empacar o romance da Alexia (Deborah Secco) com o Zezinho?

Ela não acha que é bom né, porque tem uma história, a Ermelinda pode ser brincalhona, amorosa, mas é uma pessoa adulta e consciente. Ela sabe que quando terminar a proteção, a Alexia vai voltar pra vida dela e o Zezinho é um menino do campo, simples , humilde. Então, assim, tentando ser realista como mãe, protetora, ela acha que não tem futuro aquilo ali. É claro que ela vai chamar a atenção, dizer pra não se envolver, mas essas coisas não é a mamãe que manda e tem muita coisa pra acontecer ainda na novela. Muita coisa bacana, principalmente nessa coisa de romance, de envolvimento de núcleos. Acho que essa semana os núcleos começam a se unir.”

Como que você analisa a relação da personagem com as protagonistas da trama?

Olha, eu acho que a gente tem conseguido cenas com um tom de comédia maravilhoso. Elas são muito humanas e elas têm um tom de comédia, mas realista, por causa das confusões que se dão com essa mãe e esse filho que são bem do interior. Apesar de trabalhar no serviço de proteção, são pessoas com hábitos mais simples. Então, tem coisas muito legais assim, de situações cômicas. E acho que as meninas estão saindo muito bem. A gente adora, é um prazer enorme a gente sentar antes de começar e bater texto, a gente descobre coisas e isso é uma coisa muito importante profissionalmente, atores que gostam de bater texto. É uma maravilha, porque está em cena, é jogo. Então, fico muito feliz, são colegas, primeiro profissionais incríveis, super prontos, estão sempre de prontidão, competentes e compenetradoas e amigas generosas, são bárbaras assim, eu entro pra gravar muito feliz.”

Qual é o drama da Ermelinda?

“Eu acho que o quanto ela se envolveu com essas meninas e o quanto ela se preocupa com essas meninas. Ela tem um sentimento maternal, principalmente pra Luna, que não tem mãe e ela sempre quis ter filha, mas ela tem a coisa maternal com as outras duas também, mas com a Luna, ela se preocupa mais porque ela está sozinha no Brasil, não conhece o país…o drama dela é as meninas estarem bem. Ela vive preocupada e claro, ela vai cedendo a tudo. Ela diz que não, depois se derrete, então o que acontece? Eles acabam se comprometendo e à medida que a novela vai andando, ela diz que não, depois se derrete, então o que acontece? Eles acabam se comprometendo. À medida que a novela vai andando, eles acabam enganando o programa de proteção. Eles ficam fingindo que estão em Judas pra proteger as meninas, ou seja, eles estão saindo com o pescoço na corda pra ser puxados, isso é um drama, mas ela faz por amor, esse encantamento com as meninas quebra essa coisa rigorosa que eles tinham.”

Antes da cultura do meme, seus vídeos do Terça Insana foram os primeiros a ficarem famosos, as pessoas ainda abordam você com as frases mais clássicas da obra?

“Sim. Eu vou dizer uma coisa: é muito louco isso, porque eu sou uma pessoa que tem muitos personagens no Terça Insana, que é um projeto muito grande. Comemoramos 18 anos, são 700 cenas que a gente criou, mais de 400 atores passando pelo meu palco e eu dirigindo, escrevendo, incentivando a criarem…e aí é muito interessante pelos níveis de abordagem que vêm rolando. Então, às vezes alguém vem conversar comigo:’Oi, eu adoro seus personagens’, então é uma coisa que as pessoas já vêm falar na linguagem da estética. Às vezes, tô andando pelas ruas e as pessoas gritam: ‘Terça Insana’. Então, acontece muito hoje e a gente formou uma geração, muitas pessoas foram influenciadas, deram depoimento, tipo a Samantha Schmütz, que disse que foi o Terça Insana na vida dela que possibilitou a ideia de que é possível viver de arte, cultura e auto-criação. O Terça Insana tem uma repercussão grande. Até hoje as pessoas me veem e ‘oooooo’. A gente já tava pirateado antes do Youtube e fora do Brasil com legenda. A gente criou uma linguagem que hoje, graças a Deus, está instalada, que é a de não fazer o bullying e dar voz. Nós abrimos a porteira pra uma galera que veio fazendo coisas e isso foi muito legal. Tem também o Rá Tim Bum. Às vezes vou na padaria e alguém ‘Rá Tim Bum‘. Foi muito bom também, mas as novelas da Globo me possibilitaram ficar conhecida além. Então, a primeira novela que eu fiz as pessoas perguntavam pra mim nas ruas ‘Cadê o dedo?‘, porque a personagem perdia o dedo. Em Orgulho e Paixão, ficavam assim: ‘Madama, madama”. Então é uma outra abordagem, mais carinhosa, mais íntima. E agora vamos ver com a Ermelinda, porque ela é toda amorosa, vamos ver o que vai acontecer na rua.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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