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Daniel Rangel analisa os dramas de Tarantino em Salve-se Quem Puder: “Acaba se fortalecendo no amor”

Ator repete parceria com Valentina Bulc na trama

Publicado em 19/02/2020

Em Salve-se Quem Puder, Tarantino é um jovem atleta que se divide entre descobrir o amor por Bia (Valentina Bulc) e viver um drama familiar. Adotado, o rapaz perdeu a mãe e é braço forte do pai, Alan (Thiago Fragoso) na criação dos irmãos e cuidados com o avô Ignácio (Otávio Augusto), principalmente após a suposta morte de Alexia (Déborah Secco).

Em sua quinta novela (segunda como elenco fixo) na TV Globo, Daniel Rangel vive seu melhor momento na telinha. Em Entrevista ao Observatório da TV, o ator falou sobre a preparação para a personagem, química com sua parceira em cena e analisou os dramas de Tarantino, cujo nome tem tudo a ver com o artista, que é apaixonado pelo Cinema. Confira:

Como está sendo a resposta do público após a estreia da novela?

“Galera tá aí shippando casal ‘Biantino’ (Bia + Tarantino) na área e daqui a pouco vai ter o primeiro beijo dos dois. Enfim, muitas coisas aí estão pra acontecer com o Tarantino…”

Você pode adiantar algumas coisas que mudam daqui pra frente na vida do Tarantino?

“Pow, muda muita coisa, porque a partir do momento que ele se apaixona pela Bia, eles começam a ter um lance e surgem dificuldades com isso. Aí vai ter a Tammy (Lívia Inhudes) entrando no meio pra separar os dois a qualquer custo…e aí tem o problema do avô do Tarantino (Seu Ignácio) também, que vai se intensificando com o Alzheimer. A relação dele com o Alan já começou a esboçar o que vem um pouco por aí do Tarantino se sentir menos amado e cobrar a atenção do pai, então tem muita coisa pra acontecer…”

Como está sendo contracenar com um pai tão novo como o Thiago Fragoso?

“Ele é um paizão na vida. Thiago é um cara muito gente boa, tá sempre disponível, batendo texto e conversa, enfim, é muito bom trocar com atores que são tão disponíveis e eu tenho a sorte de trabalhar com eles, por exemplo também com o Otávio (Augusto), retomando a parceria (após Eu, a Vó e a Boi), que é um ator incrível que eu amo trabalhar e agora conhecendo o Thiago que eu já era fã e tô gostando muito de trabalhar com ele.”

O Tarantino vai mudar o jeito de ser pela falta de atenção do pai?

“Acho que não. Ele tem uma personalidade muito forte e única. Claro, ele fica chateado e cobra o pai, mas até agora no máximo um tom a mais de rebeldia, acho que não chega a se transformar por conta disso não.”

E em relação ao problema do marcapasso da Bia? Como ele vai reagir?

“Essa história do marcapasso tô curioso pra saber como é que vai desenrolar, saber como é que o Tarantino vai descobrir, ou se ela vai contar. E uma coisa que todo mundo fala na Internet também é que ninguém sabe da identidade verdadeira da Kyra (Victória Strada), Alexia, etc, só que com os dois namorando, fica tipo assim ‘caraca, agora vai pegar porque o Tarantino tá namorando a bia, que é irmã da Kyra’, então tá tipo ‘será que vai descobrir por aí?’ E a gente mesmo fica especulando aqui nos bastidores como é que vai se dar essa revelação.”

Na vida real, você e seu pai tem algo a ver com a relação do personagem com o Alan?

“De não me sentir amado não. Eu e meu pai, a gente é muito parceiro, inclusive agora com esse personagem, eu tô entendendo um pouco do mundo dele porque ele sempre foi esportista, surfista e eu fugia, falava ‘me leva ao teatro, por favor’ e agora com o personagem que tô tendo mais contato com o esporte, a gente tá trocando essa ideia sobre isso, tá sendo bem legal”.

Como é que foi a preparação para viver um ginasta?

“É muito difícil. O Otávio (Augusto), neste exato momento, perguntou pra mim como é que faço, porque ele viu algumas cenas, aí eu falei ‘cara, a gente tenta fazer o que dá, mas é impossível chegar perto do que eles fazem, porque eles começam quando criança a fazer, a mexer o corpo e é muita técnica, mas a gente tá chegando perto e os dublês também estão arrasando aí na hora da cena, parece que é tudo a mesma pessoa.”

Você teve acesso a algum competidor profissional para a preparação da personagem?

“Tive. Eu sempre troco uma ideia, principalmente com o Arthur Zanettti, que foi o primeiro que entrei em contato e é o cara das argolas né. Esses dias, estava vendo uma propaganda dele de uma marca que ele fez, aí colocaram as argolas no Cristo Redentor. Eu vi ele repostando no Instagram, fui falar com ele, é bizarro. E o Nory (Arthur), também troco sempre ideia com ele, o (Diego) Hypólito também, enfim, é bom trocar essa ideia com eles que são super reconhecidos, atletas olímpicos e tal…”

Como você avalia a evolução de sua carreira?

“Pow, eu tenho muita gratidão pela minha trajetória desde o comecinho, desde minha vinda pro Rio, desde minha primeira peça que tinha seis pessoas na plateia, e aí a primeira participação aqui, que foi em Totalmente Demais, com uma fala com o Felipe Simas, que hoje é meu colega de trabalho, muito legal ver isso. Esses dias ele tava chegando no mesmo horário que eu, porque às vezes no dia a dia a gente não lembra, aí olhei pra ele e falei ‘caraca, há quatro anos tava vindo pra fazer uma fala, todo nervoso, todo feliz, é muito bom lembrar da trajetória. Acho sempre bom lembrar da onde a gente veio, as coisas que a gente fez…”

Como está sendo para o seu público de Malhação ver você na novela?

“Eles são fiéis, hein? Esse público da Malhação eu já tinha escutado que são fiéis e eles são mesmo, porque me acompanharam muito, até no Eu, a Vó e a Boi eu senti muito eles continuando comigo. Assim que lançou a série, já maratonaram, viram tudo em um dia, aí comentaram, já estavam ansiosos pro Tarantino, porque já sabiam que ia começar a novela e agora estão assíduos aí e principalmente com o casal. Casal eles enlouquecem. Quando coloca a Bia e o Tarantino juntos, aí o Twitter vai à loucura.”

Você acha que o Tarantino pode chegar num nível de amadurecimento mais alto por conta dessa vida agitada que o pai tem?

“Eu acho que sim, porque acaba assumindo uma responsabilidade muito novo de tomar conta dos irmãos, de ajudar com o avô, agora vai entrar numa sequência dele ajudando o avô lembrar de tomar os remédios, então é uma coisa que um outro jovem da idade dele talvez não tem essa responsabilidade e ele acaba assumindo isso em casa e acho que influencia diretamente nesse amadurecimento, assim como a parte da competição, porque os atletas têm muito isso, desde novos eles são muito focados, disciplinados, isso também traz uma maturidade que se ele não tivesse nenhum esporte que se dedicasse, ele não teria essa responsabilidade.”

Isso pode refletir no relacionamento dele quando descobrir do marcapasso?

“Eu acho que sim. Com certeza. Não sei absolutamente nada a respeito disso, mas o meu chutômetro é que sim, que ele vai ficar muito preocupado, porque é isso, ele tá acostumado a cuidar das pessoas e a Bia é a pessoa que ele mais ama. Quando ele descobrir que ela está nessa situação vulnerável, ele não vai querer que ela se exponha a qualquer risco que possa perder ela em algum momento.”

O autor da novela (Daniel Ortiz) gosta de confrontar e ninguém sabe do passado desses três que foram adotados. E o passado? O que vem à tona? Queria saber como foi sua preparação não como ginasta, mas em relação ao passado, porque a gente vê uma tristeza nos três irmãos…

“Essa parte a gente não tem assim no texto dizendo o que aconteceu com eles, como foi esse processo de adoção, mas no meu processo de criação pro Tarantino eu fui atrás de algumas respostas ou suposições e essa família já passou por muita coisa. Eles perderam a mãe, e não se explicou como é que foi, o que já é um baque, são adotados, o que também traz uma carga, enfim, eles não sabem quem são os pais de sangue, tem toda essa questão do avô, de cuidar dos irmãos, então acho que sim. É uma família muito feliz, muito amorosa, mas que tem um pouquinho disso que você falou com os três. E isso que eu acho legal, porque até na preparação com as crianças, tem isso de buscar uma certa cumplicidade deles, de se apoiarem, porque estão os três aí na mesma situação, perderam a mãe, são adotados, perderam a Alexia, então tem uma certa melancolia aí, mas é uma família que acaba se fortalecendo no amor.”

Como está sua parceria com a Valentina Bulc, com quem trabalhou em Eu, a Vó e a Boi?

“Eu acho que isso é legal, por a gente estar fazendo um casal pela 2ª vez, porque a primeira barreira entre dois atores é não ter aquele pudor de chegar no outro e como a gente trabalhou muito isso na série e agora são 154 capítulos e lá eram alguns episódios, a gente focou muito numa relação de construir o clima do casal e a gente tá aproveitando muito disso na novela e isso ajuda muito…Valentina é uma parceirona, a gente se dá muito bem.”

Esse ano é o ano das Olimpíadas. A Globo acabou colocando isso na trama para motivar o público. Se te convidarem pra ir pro Japão, você iria?

“Se não tiver com o Corona Vírus até lá…”

Que truque da ginástica você já conseguiu aprender?

“O que faço mais é argola. Na vida real, eles meio que fazem tudo, mas como na novela cada um tem seu segmento, a gente ficou focado cada um numa área e o que tô fazendo 100% é o esquadro: você fica em cima da argola, levanta com as duas pernas muito esticadas, joelho pra cima e dedão muito esticado, até quando eu fiz postei no Instagram e eu recebi o feedback do Zanetti, Nory, falando ‘aí…a perna tá esticada’.”

E em relação às dores? Você descobriu músculos que você nem sabia que tinha?

“Continuo descobrindo. Cada dia uma descoberta nova, porque realmente a parte técnica deles é bizarra, porque não é só a força, não é só a sustentação, tem toda uma perna que tem que estar muito esticada e eu não tô acostumado a fazer isso no dia a dia. Inclusive, a musculação, comecei antes de fazer a ginástica, sempre fiz duas vezes por semana. Quando eu soube do Tarantino, comecei antes da novela a fazer por fora, a intensificar os treinos.”

Você também é apaixonado pelo Quentin Tarantino?

“Muito. Quando soube que o nome do personagem era esse, falei ‘não. Tenho que fazer esse personagem, preciso fazer’. Nunca vou esquecer na minha vida, vou ter 90 anos e vou lembrar do Tarantino. Bastardos em Glória é meu filme favorito da vida. Eu amo cinema, sou apaixonado. Antes de ser ator, eu já tinha um blog de cinema. Eu sempre amei estar nesse universo e eu sou fã de um site chamado Omelete, que vocês devem conhecer. Ano passado fui lá e conheci eles e tal, fui à convite deles e da Globo pra CCXP. Eu amo esse universo, amo estar conectado. E falando em cinema, dia 19 de março estreia Três Verões, Regina Casé é protagonista, o elenco é incrível: Gisele Fróes, Jéssica Ellen, tudo da visão da empregada doméstica sobre essa questão da Lava Jato, de apreender as pessoas nas casas, enfim tô muito animado pra essa estreia aí, enfim muita coisa boa, não deixem de prestigiar o cinema nacional, por favor”.

Como ficou sua dieta para viver um atleta?

“Minha nutricionista montou uns planos, que primeiro era perder a massa de gordura que eu tinha e depois ganhar massa magra e cada mês ela vai mudando a dieta, assim a gente vai modificando…”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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