Reality da Globo

André Marques revela as novidades do The Voice Kids e esclarece notícia de programa de culinária

O comunicador falou sobre as surpresa do programa

Publicado em 13/12/2019

No dia 5 de janeiro, a TV Globo estreará a quinta temporada do The Voice Kids. O reality musical seguirá com Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Simone e Simaria como jurados. André Marques se mantém na apresentação e falou com o Observatório da Televisão sobre o programa e também alguns detalhes da vida pessoal.

A nova temporada possui algumas surpresas?

Nesse ano tem uma novidade bacana. A gente fez uma convivência com umas crianças num cenário. A fórmula é sempre nova porque são novas crianças, novos sonhos, novas famílias, novas esperanças. A gente tem uma criança que está na quinta inscrição e entrou agora, tem criança que passou mal no dia e voltou para cantar, tem criança que nunca andou de avião e que sonhava em conhecer a televisão. São estilos de vidas, de sonhos.

A novidade pra mim é sempre a nova emoção de uma criança, de uma família. Tem histórias parecidas, mas ninguém é igual ao outro. Eu penso ‘não vou chorar, já estou ‘profissa’, mas já dei uma chorada. Uma hora disse que ia no banheiro, dei uma chorada e voltei. Se emociona a gente que faz depois de muito tempo, emociona quem está em casa. Aqui a gente é surpreendido todo programa. É uma caixinha de surpresa e de amor.

E quando a criança não passa? Você tira de letra para fazer a criança se conformar?

É um horror. Não tiro nada de letra. O formato é assim que funciona. Eu fico ali com a Thalita [Rebouças] e com a família enquanto as crianças se apresentam. Eu falo ‘ah, Thalita, tomara que os que não virem seja para você’. Ontem teve um que não virou. Eu fui tentando dar um conforto, mas não precisou de nada. A criança estava confortando a mãe que estava triste com um sorriso e falando ‘mãe, estou muito feliz. Quantas mil crianças não se inscreveram? Cantei, estava meio nervosa mesmo, a voz não ficou tão boa, ano que vem eu tento de novo. Se não der, eu vou no The Voice adulto’. Eu falei ‘quantos anos você tem mesmo’. Ela falou onze. A minha maturidade é zero mesmo.

Você quer que a cadeira vire para todas, mas infelizmente é a regra do programa. Tem o aprendizado também de enfrentar uma barreira e não desistir. Thiaguinho é um, que participou do Fama, não foi vencedor, e tá aí fazendo um baita sucesso. Tem gente que ganhou programas de música e não foram pra frente ou preferiram fazer outras coisas, são caminhos da vida. A gente não pode sempre vencer como gostaria.

Vai ter um aumento de programa?

Sim, a gente ganhou duas edições a mais na grade. Uma de batalha e uma de audições às cegas, mas o número de crianças continua o mesmo. Vai ser um tempo maior de bastidores.

Qual o maior desafio de fazer a etapa do programa que é ao vivo, principalmente nessa era do tribunal da internet?

Se a gente for levar para esse lado do poder e das falsas verdades, a internet virou terra de ninguém. Normalmente quando vem uma crítica muito pesada, já me incomodou no início, mas 90% não é a foto da pessoa. Se esconder atrás de uma figura e falar o que quiser. Cada um tem direito de se manifestar como quiser, apesar de eu achar injustiça às vezes com algumas pessoas. Eu não sofro muito com isso, mas a gente fica mais vulnerável. Sobre o ao vivo e o gravado, lógico que ao vivo se você cometer uma gafe, vai passar. No É de Casa eu confundi o nome de uma repórter e todas as notícias foram isso, mas eu mesmo me corrigi. Você sempre vai chamar a atenção pelo erro.

Mas eu acho que o ao vivo é mais fácil que o gravado. O gravado você pode voltar, o ao vivo você tem que dar o seu melhor ali. A atenção é muito maior. Nosso foco é maior. Dá medo, mas eu acho que sempre o programa ao vivo, mesmo tendo o seus delisses, vai ser melhor que o gravado. Mas o nosso programa lida com crianças, o horários deles, que é prioridade por causa dos estudos, então a primeira fase não dá para ser ao vivo. Tanto que o The Voice adulto tem mais ao vivo que o nosso.

Tem uma geração que não te conhece como ator, mas na CCXP você teve o carinho de algumas pessoas.

Foi irado. Tirei foto com uma menina novinha e com a mãe dela. Ela falou de Malhação, eu perguntei a idade e ela falou que tinha 16 anos. Comentei que não tinha como ela ter assistido Malhação, aí ela falou que o pai era muito fã. São gerações, tinha um cara com a mesma idade que eu que lembrava de tudo. Acho que vai ficar pra sempre. Eu sigo no Instagram uma galera que faz postagens antigas de Malhação, o povo pede para a Globo reprisar. A gente tem um grupo no Whats’App com o pessoal antigo. A gente conta as histórias engraçadas que a gente passava

Você gosta de se assistir como ator?

Às vezes eu vejo, acho legal, outras ‘putz, tá uma merda’. Mas não sou autocrítico, depois que foi, já foi. Mas faz muito tempo que eu não atuo. Eu sinto saudade de atuar no teatro, na televisão não. Mas aqui os chefes que mandam.

Alguma história para falar da trajetória do The Voice Kids?

Teve um menino que passou e depois na batalha ele saiu. Eu vi que eu ia chorar e fiquei falando com ele olhando para o alto. Aí ele ‘olha pra mim tio, você vai chorar?’. Eu falei ‘não, tio está com gripe’. Aí ele ‘pode chorar, não tem problema, eu estou feliz, conheci um monte de gente’. Depois que o programa saiu do ar, fui falar com ele, aí ele falou ‘ah tio, estou feliz, agora as pessoas me conhecem um pouco. Acho que se eu fizer um show, consigo construir o muro da casa da minha mãe’. Aí ele acabou comigo. E tem aquelas coisas que a gente não pode ter envolvimento enquanto o programa está no ar. Hoje a gente se segue nas redes, o muro na casa está um sucesso. Ele ajuda a mãe dele, que faz comida pra fora, faz show no restaurante onde a mãe manda comida.

Pensa em apresentar um programa para crianças?

Agora no É de Casa eu tenho um quadro chamado Sincerão Kids, que eu converso com as crianças, coloco para ouvirem umas músicas da época que não eram nascidas. Não são de uma geração que me conhecem da teledramaturgia, então eu sou o tio maneiro e maluco. Não tem idolatria. Os do The Voice falam que eu sou o tio André. No É de Casa é a mesma coisa. Se pra mim acontecer naturalmente de ter um programa infantil, eu vou achar irado, mas estou feliz nesse aqui também.

E de ter um programa nas tardes de domingo? As pessoas falam que você se aproxima do Fausto, até ele mesmo comenta.

Ele fala isso porque é educado. Ninguém chega nem próximo do Faustão. Se ele se aposentar, o horário vai ter que ser dividido por pessoas porque fazer o que o homem faz lá eu não conheço ninguém com competência para fazer. Se ele me chamar, lógico que eu vou, me borrando, mas vou. Eu sou funcionário e a empresa aposta em mim desde que eu virei apresentador, o horário que a empresa me chamar eu vou.

A faixa-etária das crianças é de nove aos 14 anos. Existe um acompanhamento psicológico?

Desde o processo das seletivas, os responsáveis estão sempre juntos, as crianças não ficam sozinhas em momento nenhum. Quando elas saem que a produção traz até o palco, tem uma produção do lado, a câmera acompanhando. Tem a salinha delas de convivência, tem psicológicos. Bacana que você percebe um amadurecimento. Eles são muito menos competitivos do que nós adultos. Eles têm essa doçura de que não sabe da vida real que vem para a frente. Eles possuem um acompanhamento psicológico muito bom da empresa, toda a família. E acho que a maior lição seria que a gente pudesse entender que competir não é torcer contra. Eles torcem um pelo o outro, choram. É sensacional.

Como que faz para conciliar com vida pessoal?

Eu tenho 40 anos. 25 deles eu estou aqui. Só tive 15 meus 100%. Eu sempre tirei férias, esse ano tirei 30 dias e quando percebi já estava morrendo de saudade daqui. A minha prioridade é o meu trabalho. Com ele que conquisto as minhas coisas, pago as minhas contas, tenho sete cachorros para cuidar, ajudar a minha mãe, minha família. Tento me dividir, mas aqui é prioridade. É o que eu gosto de fazer, não entrei por ser o bonitinho, tem pessoas que gostam de mim e acreditam no meu talento. Tenho orgulho do meu trabalho, nesses 25 anos só fiquei seis meses fora do ar que foi quando operei o estômago. Se amanhã alguém falar que meu contrato acabou, eu tenho uma missão cumprida e foi carregar para sempre o orgulho.

A convivência com as crianças fez com que você tivesse vontade de ser pai?

Não tem a música da mulher de fases? Eu sou um homem de fases. Com 16 anos eu tinha certeza que queria ser pai. Com 20 eu disse ‘tá maluco’. Com 30 ‘eu vou ser de qualquer maneira’. A vontade vai, volta. Devido a correria que eu faço aqui, no É de Casa e The Voice, não é o plano agora, mas se papai do céu mandar… Dois programas, sete cachorros, uma criança, mais as crianças postiças que já tem, vai tudo junto. Vai caber com certeza.

Saiu na imprensa que você teria feito o piloto de um programa de culinária.

Eu disse para alguém que me ligou, não sei se foi um repórter, que eu tinha vontade e já tinha falado para a Globo. Eu comecei a preparar um piloto em casa para apresentar, mas saiu na imprensa que eu já tinha apresentado e que o Boninho tinha adorado. Ele me ligou para perguntar que piloto era esse que tinha gostado, e eu também queria saber. Não tem nada gravado, piloto nenhum foi feito. A empresa me disse ‘vamos gravar, mas agora não dá. Você faz É de Casa, The Voice. Quando tiver uma brecha a gente grava’. É um sonho que eu tenho, o dia que eles falarem ‘vamos gravar’, eu mostro aqueles ‘trens’ que eu já tenho gravado. A Globo que decide, mas eu tenho esse sonho sim.

O que você pediria para 2020?

Um que eu queria eu já consegui. Eu acabei de gravar a chamada de 2021 do The Voice Kids. Então já estou com emprego garantido. Eu gosto muito de fazer esse programa e torço para que ele tenha 10 edições. Saúde pra mim e pra humanidade. E mais uns cachorrinhos, programa de culinária, se o filho aparecer tá bom também. Tudo de bom que puder somar eu tô aceitando.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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