Ministério da Justiça já proibiu Casos de Família de abordar alguns temas; entenda

Publicado em 06/05/2019

Temas recorrentes no jornalismo como violência doméstica e homofobia são os mais os frequentes no Casos de Família que comemora 10 anos no ar, sob o comando de Christina Rocha. Assunto polêmico em 2014, um programa sobre os rolezinhos, espécie de arrastões praticados por jovens em shoppings de São Paulo, chegou a ser gravado, mas proibido de ir ao ar. A classificação indicativa é um dos motivos.

Responsável por implantar o Casos de Família no Brasil, Rafael Bello revelou detalhes da “censura”: “A gente entrevistou os meninos. Eles usavam capuz [que cobria todo o rosto], contavam tudo, quem roubavam, e como faziam. Não dava pra colocar isso no ar, mesmo não mostrando o rosto. Eles estavam com mais de 18 anos. Não deu pra levar esse programa ao ar por causa do Ministério da Justiça, infelizmente”.  

Nos EUA, a versão do Casos de Família já ganhou alguns prêmios Emmys por conta dos temas já abordados. O diretor destacou o caso de uma jovem abusada pelo próprio pai que era portador do vírus HIV. Por aqui, ele gostaria de abordar dramas do cotidiano mais pesados que pudessem servir de alertar para muitas famílias.

Fico muito preocupado porque temos programas que são muito bons. Daria pra fazer aqui no Brasil de um jeito sem fazer apologia para educar o público. Não conseguimos fazer, por exemplo, um programa sobre abuso sexual infantil. Não podemos falar disso. Eu acho que o Brasil precisa escutar, as famílias em casa precisam escutar esse tipo de coisa, mas você tem que ter cuidado”.

Já Christina Rocha lamentou a interferência do órgão: “Não sei como eles proibiram esse programa”. Rocha lembrou de outro episódio em que a atração tentou falar sobre pedofilia, mas o tema foi vetado por ser considerado uma apologia ao crime.

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