Fabiana Karla faz mistério sobre romance de Madá e Raimundo em Verão 90: “Vai vir muita coisa por aí”

Publicado em 15/04/2019

Em Verão 90, Fabiana Karla é Madá, uma sensitiva e vidente divertidíssima que anda prevendo futuro. Casada com Álamo (Marcos Veras), ela enriqueceu com a empresa de confecções de roupas Top Wave e ganhou fama com a personagem Freda Mercúrio na PopTV.

Nos últimos capítulos da trama, exibida na faixa das 19h na Globo, a personagem decidiu acabar com o casamento por não concordar com ambição do marido. Agora, ela está trilhando novos caminhos e deixando no ar um clima de romance com Raimundo (Flávio Tolezani).

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Fabiana Karla comentou sobre o futuro de Madá na novela. “Quem sabe se isso aí vai evoluir para algo”, afirmou a atriz sobre o relacionamento cheio de alfinetadas entre sua vidente e o personagem de Tolezani.

Fabiana também admitiu que acredita no grande amor entre Madá e Álamo. Além disso, ela falou sobre sua trajetória profissional, inspirações para a novela e vida pessoal.

Confira a entrevista na íntegra:

Como está sendo a novela Verão 90 para você?

É uma alegria. É trazer as cores que o Rio precisava, que hoje, realmente, precisa muito mais. Depois de tantas coisas que estamos vendo, tristezas com as chuvas e situações difíceis. A gente está tentando trazer esse Rio mais quente, aquele verão bonito que todo mundo tem saudade. Com uma trilha maravilhosa que todo mundo vai ser transportado para o seu verão pessoal quando escuta cada música. E os personagens deliciosos, cada um com sua cor e com suas tintas. Eu estou muito apaixonada, muito feliz de estar fazendo essa Madá. Estou muito energizada (riso)”.

A Madá gosta de ler as cartas e saber do futuro. Você já tinha se interessado por universo?

Lá no Nordeste a gente tem a coisa da adivinhação nas festas juninas. Então eu sempre acendia uma velinha para pingar na bacia e saber a letra (do nome) do futuro namorado. E não é que deu certo? Agora que estou me ligando. Deu certo mesmo, a letra saiu. Agora, assim, eu nem vou entrar nesse detalhe porque saíram várias letras (risos). Eu sempre fui uma pessoa muito atenta às coisas da natureza, sempre fui uma pessoa de muita fé. Minha família tem muita fé.

Minha mãe gostava de rezadeira. Quando a gente dava com alguma coisa era olhado, coisa do Nordeste. Eu sempre gostei de raízes, os banhos, apesar de ter vindo de uma família evangélica onde minha mãe que era a transgressora nisso. A minha mãe não era evangélica, respeitava e tudo. Esse lado mais espiritualista eu herdei dela, mas que todas têm lá em casa. São mulheres de força e fé”.

Em quem você se inspirou para criar a Madá?

“Na Leiloca (Neves, ex-Frenética). Não tinha outra pessoa que vivei intensamente essa época e que tem esse astral maravilhoso. Essa pessoa super antenada que entende de astrologia, de tudo que você imaginar. Então eu achei que ela era a pessoa certa para eu olhar e pensar assim: ‘Acho que a Leiloca pode me dar um caminho’’.

E como está sendo a aceitação do público com a sua personagem?

Eu não passo em uma rua sem ter uma consulta. É de ler mão, de adivinhação, é de tarô. Todo mundo quer uma consultinha com a Madá”.

Os amores de Madá

O que o público pode esperar da implica que está tendo entre a Madá e o Raimundo (Flávio Tolezani)?

Não sei… quem desdenha quer comprar, né? Quem sabe se isso aí vai evoluir para algo. Às vezes, a implicância tem um ‘quezinho’ diferente. Vai vir muita coisa por aí, que eu não sei se posso falar. Mas são uns spoilers bons, que já já vocês vão ficar sabendo. Vou dizer só uma coisa: vão ficar (Madá e Raimundo) com gosto de doce de leite na boca”.

A Madá e o Raimundo têm estilos de vida completamente diferente. Se pintar um romance, ela pode acabar mudando o jeito de pensar em alguns assuntos?

Eu acho que é nesse ponto que a gente é pego, às vezes, sem saber. O destino prega várias peças. Tem gente que é muito religioso e casa com ateu. Então tão algum ponto em comum entre eles dois que é maior do que as diferenças. E eu acho isso muito bonito, quando você consegue superar as diferenças porque existe o primordial, que é o amor. O amor pode mover céus e terras, e superar muitas fronteiras. Então se houver um caso de amor entre eles, pode ser que aconteça de ela superar”.

O amor entre a Madá e o Álamo (Marcos Veras) acabou mesmo?

“Eu acho que ela é ainda muito apaixonada pelo Álamo. Está havendo uma situação meio difícil entre eles, mas é um casamento muito sólido. Acho que é uma parte difícil de eles dois lidarem, porque cada um agora está com uma coisa bem firmada. Ela tem saudade daquele cara gostava de pegar onda, porque ele agora está vendo o capital na frente.

O ‘boom’ daquele monte de marcas, de confecções, e ele sempre sonhou com isso. Então é um momento dele que está atrapalhando um pouco a relação dos dois. E o Raimundo chega nesse momento como, talvez, uma pessoa que ela está conhecendo, admirando. É mais uma curiosidade, eu acho. Ele também tem seus encantos. É um cara agradável, forte”.

Parece que ao longo da novela, uma astróloga vai surgir e roubar todo o dinheiro do Álamo. A Madá vai estar ao lado dele quando isso acontecer?

Eu acho que tudo o que se refere ao Álamo e as pessoas que a Madá gosta, ela sempre fica em alerta. E, claro, que ela é sensitiva e tem uma sensibilidade aflorada. Tudo que está cheirando mal, quem tem uma vibe negativa, ela se liga na hora. Porque vem e ela sente, pressente que aquilo não é legal para a pessoa em questão. No caso do Álamo, se isso for realmente acontecer, eu faço votos para que a Madá dê um toque nele. Com certeza, ela não vai deixar que o amor da vida dela passe por maus bocados se ela tem esse dom e pode avisar”.

A Fabiana Karla shippa o casal Álamo e Madá, né?

Eu shippo todo mundo. Eu estou na vibe do amor, shippando todo mundo (risos)”.

Lembranças dos anos 90

O que te marcou nos anos 90?

Ah, muitas coisas. O que me marcou, primeiramente, foi eu começar os anos 90 uma moça e terminar mãe de três filhos. Eu terminei as décadas 97,98 e 99 sendo mãe. Então isso é um marco para nunca mais esquecer. Agora, tive muitos momentos muito felizes. Sempre fiz teatro, então eu tinha espetáculos muito legais. Em 91, eu ganhei o prêmio de melhor atriz do Festival Arte Viva Elo com a Lucicreide, que anos depois eu trouxe para o Zorra. Esse personagem vai estar na tela futuramente, eu já rodei o filme ‘Lucicreide Vai Para Marte’.

Eu sou muito orgulhosa dessa época. Acho que toda época traz um momento de felicidade. Daqui a 10 anos, a gente vai falar dessa época como se fosse a melhor da vida. Claro, que eu tive muitas situações que valem muito a pena lembrar, como as roupas, tinha músicas que eu gostava muito. Receber carta também era muito legal, escutar o som da internet discada, o celular tijolão, as pulseiras. Eu vendia mochila da Company, porque trabalho na Company. Trabalhei na Oxigênio, em várias lojas. Eu tinha um pigmaleão babado, que eu ficava gatinha”.

Rotina de trabalho

Como você administra o seu tempo com uma rotina intensa de tantos trabalhos?

Eu acho que isso é um resultado de trabalho, de várias vertentes que eu me lanço. Eu acho que é muito legal quando as pessoas enxergam que eu posso inspirar algumas pessoas em moda, atuar com tais papéis. Que eu posso estar representando como a persona Fabiana, porque o que eu falo para algumas pessoas fazem sentido. Eu fico muito feliz. Meu papel mais difícil é ser eu. No mês passado, eu, Bárbara Paes e Glória Maria. Nós três estávamos dando uma palestra e olhei para elas assim: uma Glória Maria, uma deusa, com uma história de vida, jornalista. Bárbara uma grande atriz, uma mulher com história de vida incrível. E estava no meio delas duas. A gente tinha o que contar, a gente tinha o que falar e um monte de gente para ouvir. Muitas mulheres, muitos homens, a plateia lotada”.

Você está na melhor fase da sua vida?

“Eu me sinto muito privilegiada. Estou vivendo numa fase que sou muito grato, que eu tive um reencontro. Esse personagem já estava predestinado porque eu já era um pouco Madá há muito tempo. E eu acho que perdi um pouco porque a vida vai trazendo vários dados, você vai se apegando com outros personagens. E com a Madá, quando eu comecei a ter um contato mais voltado para mim, comecei a fazer experiências de Sankalpa, conheci algumas práticas que eu fui retomando coisas de pedras que sempre gostei. Quando eu era criança, só fazia feira de ciências com pedras. Eu ia no garimpo, pegava as pedrinhas e depois fazia anel. Era uma maravilha, adorava falar sobre isso. Então eu reencontrei essa Madá e ela veio de encontro a mim, que foi quando surgiu o convite da novela. Eu fico muito feliz de fazer esse corre-corre mais em prol do público que me respeita, me aceita e quer ouvir o que eu tenho para falar nos dias de hoje, onde eu não me envolvo em nada”.

Por que ficar neutra com alguns assuntos?

“Porque eu acho que a gente tem que ter muito embasamento para falar de certas coisas. E até quem tem embasamento não está tendo voz, não está podendo (falar) porque os ânimos estão muito exaltados. Então a gente tem uma contribuição muito importante enquanto artista, mas eu me restrinjo ao que está sendo proposto. E o que está sendo proposto, eu estou segurando para dar conta, correndo para poder fazer tudo o que puder para alimentar o meu público”.

Como você ver sua trajetória profissional?

É muito gostoso. Pelo menos na minha vida, tudo o que eu passo é como se eu tivesse guardando memórias boas para até usar quando precisar. Me alimenta tanto ter todas essas experiências que é só para somar, dividir com as minhas filhas, com os meus netos, com as pessoas que eu gosto. Contar histórias que eu morria de rir porque eu era sincera, quando a pessoa chegava eu falava: ‘Não ficou bom’. Aí o gerente da loja me olhava com ódio. Mas era bom porque a pessoa voltada e me comprava não sei quanto mais porque sabia que eu era sincera. E, às vezes, eu comprava mais para mim do que vendia”.

Estética

O público elogia muito sua sinceridade, principalmente quando o assunto é sua forma física e cirurgia. Como você lida com isso?

Eu nunca digo que nunca dessa água não beberei. Eu não sei de nada da minha vida, nada é definitivo porque eu sou um ser em evolução. Eu comprei essa história e acabou. Todos nós estamos em evolução, cada um na sua. Eu escolhi estar assim, então a minha evolução me permite dizer uma coisa hoje e depois dizer assim: ‘Gente, eu pensava dessa forma’. Não é dizendo que eu não disse, mas que eu posso mudar o meu conceito. A minha palavra de ordem ano passado era ‘ressignificar’. E eu ressignifiquei muita coisa e isso é altruísta, isso é bom, traz uma coisa boa de valores. Acho que quando tive 60 quilos eu não significava tanto, nem para mim e nem para outras pessoas, como significo hoje. Hoje eu posso compartilhar mais vivências e a maturidade também traz isso”.

Você tem medo de se submeter a uma cirurgia de estômago?

“Se eu tiver que fazer uma cirurgia de estomago no futuro, eu não assinei contrato com ninguém dizendo que não posso, seria pelas minhas melhoras. Eu, até então, não me sinto à vontade para fazer ainda, sou medrosa. Minha filha fez, as minhas irmãs, a maioria lá de casa, a galera toda vez. Mas eu ainda estou resistindo, porque é uma questão de saúde. Se fosse estética, eu já tinha me amarrado toda. O que mais tem é lugar para fazer procedimentos estéticos, isso é o mais fácil para a gente. Achar bons profissionais, saber onde tem e fazer uma coisa que fique legal. Mas eu não sei se é isso que eu quero por enquanto. Não condeno quem faz. Acho que cada um tem que fazer o que dá prazer, alegria e faz bem. O que eu acho um absurdo e maior crime é a pessoa ficar omissa a si mesma. Ficar parada no canto, num sofrimento, sem saber o que quer e não dar o primeiro passo. Eu acho que o mexa-se é importante”.


*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.  

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