“Essa mulher é danada”, brinca Mariana Ximenes sobre sua personagem em Se Eu Fechar os Olhos Agora

Publicado em 27/03/2019

Prestes a estrear na TV Globo, a minissérie Se Eu Fechar Os Olhos Agora, conta com um grande elenco. Entre os nomes presentes está a atriz Mariana Ximenes, que interpreta a personagem Adalgisa. Ela é esposa do empresário de sucesso Geraldo Bastos (Gabriel Braga Nunes).

Segundo Mariana em entrevista ao Observatório da Televisão, Adalgisa é uma mulher à frente de seu tempo e promete surpreender com tantos segredos e mistérios.

O que mais te instigou na Adalgisa?

“Essa mulher é danada, porque ela é ao mesmo tempo muito irreverente. Ela é provocadora. Mas tem muito humor também, então é uma delícia. O Ricardo me premiou com algumas frases gostosas de se dizer. Mas ao mesmo tempo ela tem uma profundidade grande, tem uns mistérios e uma tristeza absurda.”

Anos 60

A minissérie se passa nos anos 60, mas tem muita coisa atual, né?

“Sim, a minha personagem por exemplo, é uma mulher à frente de seu tempo. É um mulher que apesar de toda convenção que existe na época, ela é uma mulher que ousa, que faz o que ela quer da vida dela. É uma minissérie de época, mas que fala de temas que duram até hoje. Que é o feminicídio, o racismo e são assuntos que a gente pode discutir até hoje, infelizmente.”

Como é a relação da Adalgisa com o marido dela?

“É uma relação veladamente conflituosa. Porque está tudo muito bem, ele sai e ela nota, mas não fala nada e não tem briga.”

Eles são infelizes?

“Os dois são infelizes, os dois carregam segredos. Os dois tem subterfúgios para afundar a solidão e a tristeza. Quer dizer, ela bebe e fuma e ele tem uma relação complicada com drogas. Os dois tem válvulas de escape.”

Ousadia

Você acha que ela seria ousada também nos tempos de hoje?

“Hoje em dia a mulher já tem mais expressão. Nos somos feministas, estamos mais unidas e falamos mais sobre esse assunto e cada vez estamos com mais expressão. Naquela época era mais velado.”

Em algum momento da sua carreira você se viu caindo nessa cilada, de alguém querer se aproximar de você para se aproveitar da sua imagem? Você soube afastar esse tipo de pessoa?

“Eu penso que sim, eu acho que não tive nenhum caso disso. Eu suspeitei, senti o cheiro e sai desviada.”

A Adalgisa foi parar naquela cidadezinha depois do casamento, isso acabou agravando essa tristeza dela?

“Eu acredito que sim, porque ela tinha uma carreira e naquela época você tinha que optar. Ela optou pelo casamento, pelo status social de estar casada, de estar com um homem poderoso, optou por não ter filhos. Ela tem um enteado. Acho que tudo isso foi minando a essência dela.”

Outros amores

Ela tem uma outra paixão, certo?

“É tão legal falar disso, porque é tão atual também. Eu fico muito contente que ela tenha um outro romance sim, que é misterioso. É onde ela se sente feliz e realizada.”

Você ainda está gravando Ilha de Ferro? Série é um formato muito diferente de gravar novela, né?

“Já acabei Ilha de Ferro, estou emendando série. Eu já tinha feito A Casa das Sete Mulheres, mas ainda assim é diferente, porque foram 60 capítulos, essa é só 12.”

Você começou a trabalhar cedo, saiu de casa e fez suas escolhas. Em algum momento você se sentiu cobrada por isso?

“Eu comecei a trabalhar com 14, 15 anos e minha mãe achava que eu tinha que só estudar, mas eu queria trabalhar. Mas as oportunidades foram surgindo, eu vim para o Rio aos 17 anos e não parei mais. E não quero parar nunca mais, eu espero que as mulheres sigam esse exemplo.

Mulher moderna

Você sente que pagou um preço por ser essa mulher moderna, sozinha e independente?

Dá trabalho, porque não tem ninguém para fazer por você. Eu ainda tenho uma mãe presente e maravilhosa, ela veio morar no Rio comigo e eu sou muito ligada a ela. Tenho muito o apoio dela. Eu tenho uma família que me deu alicerces muito fortes para que eu voasse e continuam comigo, todos eles. Eu tive esse privilegio de ter a minha família junto, mas dá trabalho ser uma mulher independente.

Essa personagem te ensinou alguma coisa?

Ela tem muito humor e eu adoraria ser a Tatá Werneck. Mas como eu não sou, eu trago atá da minha convivência com a Tatá e com a Adalgisa. Eu sempre tento colocar mais pitadas de humor na minha vida.

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