Mariana Ximenes sobre Supermax: “Meu figurino era sangue, lama”

Publicado em 13/09/2016

Mariana Ximenes será vista a partir do final deste mês em dose dupla na Globo. Protagonista da novela das sete Haja Coração, a atriz também é um dos destaques da série Supermax, que trata sobre um reality show dentro de um presídio, com apresentação de Pedro Bial.

Em entrevista, Mariana conta detalhes do novo e desafiador papel no seriado, e da repercussão da feirante da trama de Daniel Ortiz.

Confira o bate-papo:

Sua personagem em ‘SuperMax’ é bem misteriosa. Você é uma pessoa que guarda mistérios?

“Eu não sou uma pessoa que tenha mistério. As pessoas sabem da minha vida. Eu só tenho a minha privacidade que é bem diferente. A Bruna tem mistério. Ela tem muito mistério. Eu não.”

Como foi a imersão para compor essa personagem?

“Eu fui visitar vários hospitais. Conversei com muitos médicos. Conversei bastante com o Drauzio Varella. Essa troca com ele foi ótima. Meu irmão é médico. Também me ajudou bastante. Eles me ajudaram porque são médicos. Mas eu fui conversar com enfermeiras (profissão da personagem). Fui conversar também com uma psicanalista. A Bruna tem muitas questões. Ela é enfermeira. Enfermeiro é bem diferente de médico. Fui observar um pouco o dia a dia de quem cuida. Observar a cuidadora das pessoas. Foi assim.”

A personagem fala muito de morte. Você curte esse universo sombrio?

“Eu sou solar. Eu não tenho nada da Bruna em relação a isso. Ela gosta de passear no cemitério. Eu odeio ir ao cemitério. Odeio! Eu graças a Deus fui poucas vezes em minha vida ao cemitério. Não pretendo ir a muitos não. Foi pesado gravar algumas cenas. Mas eu tenho um processo que eu não gosto de levar o personagem para casa. Entendeu? Eu tiro a roupa no camarim, eu chego em casa e tomo um banho. E tiro essa energia. Tenho que voltar a ser a Mariana. Eu tenho a minha casa, meu namorado, a minha vida, a minha mãe, a minha família. Enfim.”

A Tancinha também fica no set de gravação?

“Fica sim. Fica no set. A Tancinha tem uma leveza. Tem um humor. Às vezes eu tenho que me segurar. Estou dando uma entrevista e falo igual a ela. Erro o português. É isso. É diferente comparar a Bruna com a Tancinha. A Tancinha eu trabalho todos os dias. De segunda a sábado. A Tancinha é um ano de novela. É diferente.”

Teve uma pesquisa em relação a sua Tancinha, e o público está amando o papel. Como você recebeu essa noticia?

“Eu fiquei até arrepiada. É muita responsabilidade. Eu fiquei muito emocionada mesmo. A emoção não vem só com o choro, ela vem com arrepio, ela vem com a sensação do coração ficar cheio mesmo. A Claudia Raia é uma atriz que eu admiro muito. Eu respeito. E é uma pessoa que eu admiro e estimo muito. A gente tem uma relação muito profunda. Ela é uma das minhas melhores amigas. Além de ser uma artista que eu admiro, tem a relação profissional e pessoal. Compreende? Então, eu estava ali com uma dobradinha de realidade. Além de tudo, ela tornou essa personagem um ícone. Ela fez a Tancinha ser uma personagem marcante na dramaturgia brasileira. Eu estava com essa responsabilidade muito grande. Além do mais, é uma criação do Silvio de Abreu e do Daniel Ortiz. Silvio me deu os melhores papeis da minha vida. Clara Medeiros de ‘Passione’, foi ele que me deu. E tinha o Daniel Ortiz nesse projeto. ‘Haja Coração’ tem muito amor envolvido e muita responsabilidade. Eu peguei a Tancinha com tanta paixão, com fome de dar o meu melhor. Eu coloquei todo o meu coração lá dentro e esse reconhecimento foi direto no meu coração. Foi uma troca. De coração para coração.”

Você se assiste à novela? É autocrítica?

“Eu assisto e sou muito autocritica. É claro. Eu vou vendo onde eu posso afinar, o que eu posso melhorar. E a gente vai construindo. Eu também dependo dos diretores da novela. Ainda bem que a gente tem um grande time, que me ajuda bastante. Não só os diretores. Os atores também me ajudam muito. A gente cria um alicerce ali. Vira uma grande família.”

Como está sendo a repercussão nas ruas?

“A vestimenta dela já caiu no gosto popular. Adorei saber. Em relação a ela ficar com o Beto ou com o Apolo, ela está toda ‘divididinha’ (falando como Tancinha). É uma guerra. Eu não sei com quem ela vai terminar. Eu acho que nem o autor saiba no momento. A relação dela com o Beto ficou bem intensa agora. É isso.”

Qual a sua relação sobre sua imagem, que ficará exposta em duas produções?

“Estarei no ar em três produções. Tem um filme que irei lançar ainda esse mês. Eu acho muito positivo. São três coisas extremamente diferentes. São personagens muito diferentes. São gêneros diferentes, as caracterizações também. Essa é a minha oportunidade de mostrar versatilidade. É curioso que não foi uma opção estrear tudo junto. Foi uma consequência e para mim está sendo ótimo. Então é isso. É tudo que eu faço com amor.”

Como foi lidar com medos em relação à série?

“Era uma prisão de segurança máxima, e a gente passou aquele perrengue. A gente gravou no fundo do Projac. Eu ficava ali isolada. Tiveram momentos que eu gravava toda suja de lama. Eu tinha que ir para outro lugar para tomar banho. As pessoas me olhavam e falavam com o olhar: ‘o que é isso?’. Sabe? Meu figurino era sangue, lama.”

E a Mariana pessoa física, tem algum medo de verdade?

“Tive sim, é no final. Eu não posso contar. Teve no final. É isso.”

Você gosta de filme de terror?

“Não muito. Comecei a assistir por conta da série. Não era muito fã de terror não. E agora virei. Quando eu era criança, morria de medo de filme de terror. Meu irmão é médico. Ele pode ver sangue. Ele já entrou na operação da minha avó, do meu pai. Eu? Nunca! Eu não posso ver sangue de ninguém (risos).”

Tancinha foi abandonada no altar. Como foi gravar vestida de noiva nas ruas de São Paulo?

“Foi uma cena bem triste. Eu ouvia musica para me emocionar. Eu sou de São Paulo, e era libertador ao mesmo tempo. Vestida de noiva, no meio da rua. Era lindo. Eu gostei de fazer.”

Você pensa em casar vestida de noiva?

“Eu nunca tive vontade não. Mas quem sabe, né? Mais ai não depende muito de mim, né? Fica a dica…”

E filhos?

“Eu penso sim. Um dia vai acontecer. Mas deixa o tempo. Deixa a vida me levar (risos).”

Livro SupermaxVocê pode não saber, mas existe também um livro chamado Supermax, escrito em 2009 pela autora Sharon Shalev, publicado nos EUA e que também traz como enredo a história de uma prisão e os riscos do confinamento. CLIQUE AQUI e confira se essa obra tem a ver com a série da Globo.

André RomanoENTREVISTA REALIZADA PELO JORNALISTA ANDRÉ ROMANO

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