“O público está cansado de tragédia”, afirma Rafael Cardoso, o César de Sol Nascente

Publicado em 29/08/2016

Depois de viver alguns mocinhos nas novelas, Rafael Cardoso estreia na pele do vilão César, em Sol Nascente, nova novela das 18 horas, que vai ao ar a partir desta segunda-feira (29).

O ator celebra o novo personagem, antagonista na trama. “Está sendo ótimo. Já era esperada essa virada. Eu já vinha conversando com pessoas em relação a isso. De fazer outros tipos. E, calhou de cair o César no meu caminho. Recebi o convite e aceitei na hora. Estou me divertindo bastante com o César. Estou saindo de minha zona de conforto. Isso é muito bom.”

Sobre o estilo leve de Sol Nascente, Rafael acrecita que o público precisa de energia positiva na televisão. “Eu acho que o público está cansado de tragédia. Ninguém quer mais ver. Tudo existe. A ficção nada mais é do que a realidade ampliada. Então, eu acho que quando a gente amplia as coisas boas, a sociedade aceita bem. É um passo a mais para dar certo.”

Confira na íntegra a entrevista de Rafael Cardoso:

O que podemos esperar de ‘Sol Nascente’?

“É uma novela que fala a principio de amizades e amores. Um envolvimento bonito mesmo. Hoje estamos vivendo em um era que vários valores estão deturpados e trazer uma novela para contar uma história tão lúdica é algo magnifico. Mais uma né? A última novela que eu fiz foi ‘Além do Tempo’, ela também falava de amor, de relações e tal. Na trama, eu interpreto o César, um cara sem escrúpulos. Ele não é meio do mal não. Ele é totalmente do mal. Todo cara que é meio do mal tem uma história meio triste por trás, né? Enfim… Ele vem mesmo é para atear fogo na história dos protagonistas. A vida dos protagonistas está a mil maravilhas e chega o César para bagunçar tudo. Ele começa a plantar várias discórdias, até degringola o negócio todo.”

Seus últimos personagens na TV foram de mocinhos. Como está sendo fazer esse vilão?

“Na televisão, eu fiz uma série que eu fazia um psicopata. Foi na série ‘Animal’, do canal a pago GNT. Fiz um psicopata matador mesmo. Bem cruel. A gente vive de motivação nesse trabalho. E, esse personagem é mais um desafio em minha carreira. Esse personagem é um trabalho diferente. A gente pode trocar a nossa pesquisa interna. Enfim. De trazer coisas novas. É isso que motiva o nosso trabalho. Quanto mais a gente sair do nicho, melhor. Eu vim de um protagonista. E agora vou fazer um antagonista. Estava no momento de trocar um pouco de papeis.. De mocinhos para vilões.”

Foi um susto encarar um vilão?

“Está sendo ótimo. Já era esperada essa virada. Eu já vinha conversando com pessoas em relação a isso. De fazer outros tipos. E, calhou de cair o César no meu caminho. Recebi o convite e aceitei na hora. Estou me divertindo bastante com o César. Estou saindo de minha zona de conforto. Isso é muito bom.”

Como foi a preparação?

“Tivemos uma preparação aqui nos Estúdios Globo. E, fizemos um trabalho fora com alguns profissionais. Quando a gente pega o personagem. Cada um tem uma técnica específica. Eu começo trabalhar o meu cérebro encima do personagem em si. São vários laboratórios (pesquisas). Meu personagem, por exemplo, temos vários espalhados nesse Brasil. Vai colocando uma coisinha aqui, outra ali, ai o personagem vai nascendo, vai aparecendo.”

Essa novela mistura várias etnias. Isso tem algo parecido com você?

“Eu sou de Porto Alegre, a minha origem é mais mato, campo. Como eu estou há 10 anos no Rio de Janeiro, não tem como não se familiarizar com essa maravilha que é essa cidade. Eu tenho muitos amigos de São Paulo, eu adoro a história deles. Gosto de comer em Sampa, tenho amigos que têm restaurantes lá também. Enfim. Essa parte toda do bem estar, do sol nascente, dessa energia do solar tem a ver comigo.”

O público tem recebido bem as novelas das seis. São mais humoradas. Você acha que isso é uma tendência?

“Eu acho que o público está cansado de tragédia. Ninguém quer mais ver. Tudo existe. A ficção nada mais é do que a realidade ampliada. Então, eu acho que quando a gente amplia as coisas boas, a sociedade aceita bem. É um passo a mais para dar certo. A gente também tem que mostrar as coisas ruins também. Faz parte. Mas se fosse uma novela só com coisas ruins, dificilmente daria certo.”

Você está preparado com a repercussão nas ruas em relação ao personagem?

“Eu espero que sim. Eu estou torcendo para isso. Eu já estou gravando há dois meses. Tive dois meses de preparação.”

Como está sendo a parceria com o Bruno Gagliasso e Giovanna Antonelli?

“Eu conheço o Bruno há muitos anos. Aqui, na TV Globo, estamos em casa, sabe? É uma família mesmo. Não tem um grito. Não tem stress, não tem nada. Nós estamos aqui para criar mesmo. Está sendo tudo incrível.”

Como está sendo administrar restaurantes, e ser pai?

“Eu aperfeiçoo tempo. O tempo que eu tenho é para ficar com a minha família. Eu levo a minha família no bolso, sabe? A gente sempre está junto.”

Seu personagem tem uma carga bem pesada. Você leva essa carga emocional para casa?

“Olha, eu termino de fazer a cena, e vou me limpando até chegar na garagem, sabe? Eu não carrego isso para a minha família. Sabe? Minha família não merece isso. E, eu não mereço me autoflagelar. Sabe? Então acabou a cena, acabou.”

Você acha que seu personagem vai cair no gosto popular?

“Ele tem momentos. Eu acho que muita gente vai gostar dele sim. Ele é um bon vivant. Mas logo na apresentação vocês vão ver que ele é um filho da mãe mesmo (risos). Mas acho que muita gente vai se identificar muito com ele.”

André RomanoENTREVISTA REALIZADA PELO JORNALISTA ANDRÉ ROMANO

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