Uma das características que tornam Bom Sucesso uma boa novela são as cartas na manga que os autores Rosane Svartman e Paulo Halm sacam de tempos em tempos. Aos poucos, a narrativa vai incluindo novos personagens e novas situações para manter a temperatura da história em alta. Porém, uma destas cartas acabou por descaracterizar a novela das sete da Globo. A chegada do vilão Elias (Marcelo Faria), até então dado como morto, provocou uma reviravolta que não combina com a história até aqui.
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Apesar de ser um folhetim tradicional, Bom Sucesso se construiu por meio de personagens mais próximos da vida real. Com exceção do grande vilão, Diogo (Armando Babaioff), que é só mau, todos os demais tinham suas qualidades e imperfeições. Mas Diogo ganhou um “parceiro” e tanto nas vilanias: Elias, ex-marido de Paloma (Grazi Massafera), ressurgiu para barbarizar. Mau caráter, ele chegou à história para doar sangue à filha Gabriela (Giovanna Coimbra) e salvar a vida da menina. Mas ele está cobrando para isso. E, enquanto a doação não acontece, ele se aproveita para atrapalhar a vida da heroína.
Bom Sucesso fez ótimo uso de personagens que entraram na história para incrementá-la. Foi assim com a participação de Jonas Bloch, como Feitosa, ou Lavínia Vlasak, que reviveu a Natasha, de Totalmente Demais. Isso sem falar na chegada de Vera (Ângela Vieira), que entrou em cena para dar novo rumo à história de Alberto (Antonio Fagundes). Entretanto, o surgimento de Elias não foi tão feliz assim. Foi uma manobra que serviu apenas para esticar o drama de Paloma e provocar uma tensão desnecessária. Poderia ter passado sem isso.
Histórico
Como muitos espectadores e críticos já apontaram, os autores Paulo Halm e Rosane Svartman estão se repetindo com a história de Elias. Em Totalmente Demais, novela anterior da dupla, houve um plot semelhante. Sofia (Priscila Steinman), que todos julgavam morta, ressurge no final da história para atrapalhar a vida de seus pais, Germano (Humberto Martins) e Lili (Viviane Pasmanter).
Todos os autores se repetem, é verdade. No entanto, a carreira de Paulo Halm e Rosane Svartman ainda é bastante curta para que repetições se tornem constantes. Obviamente, isso não tira o brilho de Bom Sucesso, sem dúvidas um grande acerto do horário das sete da Globo. Mas foi um ponto fora da curva em sua trajetória tão harmônica.
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