Sérgio Guizé é o verdadeiro protagonista masculino de A Dona do Pedaço?

Publicado em 05/08/2019

A Dona do Pedaço estreou há pouco mais de dois meses no horário das 21h da Globo. A novela de Walcyr Carrasco parte da trajetória de Maria da Paz (Juliana Paes). De família composta por matadores de aluguel, ela saiu do Espírito Santo e, sem seguir a “carreira” dos parentes, venceu na vida como dona de uma rede de confeitarias. Isso após começar vendendo seus bolos na rua, receitas aprendidas com a avó Dulce (Fernanda Montenegro). Todavia, o romance de Vivi (Paolla Oliveira) com Chiclete (Sérgio Guizé), matador contratado para dar cabo de sua vida, tem interessado aos telespectadores bem mais do que os rumos da vida de Maria da Paz entre dois amores e o mau-caráter de sua filha Josiane (Agatha Moreira).

Sérgio Guizé e Paolla Oliveira conquistaram o público como Vivi e Chiclete

Chiclete (Sérgio Guizé) e Vivi (Paolla Oliveira), de A Dona do Pedaço
Chiclete Sérgio Guizé e Vivi Paolla Oliveira de A Dona do Pedaço Reprodução

Assim como Paolla Oliveira já tem sido apontada como “a verdadeira Dona do Pedaço”, devido à simpatia e ao carisma da intérprete e da própria personagem, Sérgio Guizé entrou na novela um mês após a estreia, e desde então Chiclete ganha cada vez mais destaque. Tanto quanto ou mais do que colegas como Marcos Palmeira e Reynaldo Gianecchini, protagonistas oficiais. Eles interpretam, respectivamente, Amadeu e Régis, os dois homens da vida de Maria da Paz. O primeiro é o pai de Josiane, o segundo é o amante da filha e marido da mãe.

O romance de Vivi e Chiclete começou de forma inusitada. Noiva de Camilo (Lee Taylor), a influencer acabou se envolvendo com o rude rapaz, bem diferente do policial. Traição descoberta, Vivi foi desmascarada por Camilo diante de todos os convidados, na cerimônia de casamento. E decidiu assumir o romance com Chiclete, para desagrado de sua mãe adotiva, Beatriz (Natália do Valle). Nenhuma das duas sabe ainda, mas Vivi é uma das sobrinhas desaparecidas de Maria da Paz. A outra é Fabiana (Nathália Dill), que se tornou uma boa pilantra.

O dilema de Sérgio Guizé, ou melhor, de Chiclete

Chiclete se debate dia a dia com a indecisão de matar ou não Vivi. Foi para isso que Cosme (Osvaldo Mil) o contratou. A filha de Cosme, Edilene (Cynthia Senek), morreu ao abortar um filho de Otávio Guedes (José de Abreu). Este não o outro senão o pai adotivo de Vivi, marido de Beatriz, genro de Linda (Rosamaria Murtinho). Motorista da família Guedes, Cosme pagou para Chiclete matar Vivi desejoso de que Otávio sofra como ele sofreu, perdendo também sua filha única.

Desde então, embora tente sempre que se vê impelido a cumprir o combinado, Chiclete não consegue matar Vivi. Isso em virtude de um motivo complexo: os dois se apaixonaram, apesar de todas as diferenças flagrantes de cultura e mentalidade. Adão (César Ferrario) pressiona o filho para que mate Vivi e honre a fama da família Ramirez. Ante a dificuldade para que isso ocorra, ele mandou do Espírito Santo o agregado Mão Santa (Guilherme Leicam). De tal forma que Vivi tem sua vida ameaçada, a rigor, não por uma, mas agora por duas pessoas.

Quem sabe agora Maria da Paz justifica o título da novela

Apontada como burra e com um comportamento que difere bastante da Maria da Paz do início, a protagonista ainda não perdeu terreno de todo na novela. Com efeito, isso não deve acontecer. No entanto, o desagrado de parte do público com a personagem de Juliana Paes deu espaço para que Paolla Oliveira e, posteriormente, Sérgio Guizé praticamente se tornassem os “novos protagonistas” da novela, com acontecimentos bem mais empolgantes envolvendo-os do que a enganação de Maria da Paz por Josiane girando em círculos. Eventualmente, os capítulos da próxima semana e das seguintes, com a descoberta do golpe de Josiane na própria mãe, uma reação mais incisiva desta e a nova faceta da jovem mau-caráter podem dar novo fôlego a uma trama que exige paciência do público.

Vivi e Chiclete empolgam mais do que Maria da Paz e Amadeu

Sérgio Guizé tem apresentado em A Dona do Pedaço um bom desempenho. Podemos dizer que melhor do que o Gael de O Outro Lado do Paraíso (2017/18), trabalho anterior de Walcyr Carrasco e também do ator. E isso não apenas em termos de interpretação, como também em relação à trajetória do personagem em si.

Ademais, a valorização cada vez maior de Chiclete o coloca, ao menos por ora, como principal destaque masculino em A Dona do Pedaço. Além disso, Sérgio Guizé forma bom par com Paolla Oliveira, ambos transmitindo verdade e entrega no trabalho. Ganha o público, apesar de já ter ficado cansativa a trama do casal, que gira em círculos desde o princípio há semanas. Que o autor não deixe a peteca cair e os mantenha como um casal digno da torcida da audiência. Ainda que eventualmente Chiclete não se confirme como “dono do pedaço”.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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