Espelho da Vida: mesmo com imagem cansada, Rafael Cardoso emociona

Publicado em 26/03/2019

Espelho da Vida já se aproxima de seu final no horário das 18h da Rede Globo. A história de Elizabeth Jhin terá seu último capítulo exibido na próxima segunda-feira, 1º de abril. Especialmente nesses capítulos finais, um ator do elenco tem merecido destaque: Rafael Cardoso, intérprete de Danilo na fase dos anos 1930 e Daniel na atual.

Danilo Breton é o grande amor da vida de Júlia Castelo (Vitória Strada). Pintor, o rapaz não é o genro desejado pelo Coronel Eugênio (Felipe Camargo), e o casal enfrenta muitas dificuldades para viver seu romance. Júlia morreu misteriosa e tragicamente e as evidências levaram todos a crer que o responsável pelo crime foi Danilo. Quase 90 anos depois, a reencarnação de Júlia, Cris Valência (Vitória Strada), se envolve cada vez mais com a história da moça ao mergulhar em seu passado e mesmo participar dele, em virtude da existência de um portal que une as instâncias temporais. Gustavo Bruno (João Vicente de Castro), o Marquês de Torga, noivo aprovado pelo Coronel para a filha, reencarnou no namorado cineasta de Cris, Alain Dutra (João Vicente de Castro).

A busca por um passado que o perturba em seus sonhos leva Daniel a querer desvendá-lo. Ele, que é fotógrafo, se vê como pintor, na feitura de um quadro de num feminino. No entanto, não consegue divisar nos sonhos o rosto da modelo. Daniel é a “versão século 21” de Danilo. Agora, décadas depois, essas almas gêmeas poderão enfim se encontrar e realizar tão grande amor surgido em outra vida.

A sucessão de trabalhos de Rafael Cardoso

Rafael Cardoso estreou em novelas em 2008. Ele era Klaus, filho de Sônia (Christiane Torloni) em Beleza Pura, novela das 19h escrita por Andréa Maltarolli. Posteriormente, o ator voltou a interpretar o papel de filho de Christiane, como o Jorgito de Ti-ti-ti (2010/11). Entre essas duas novelas, a saber, ele participou da minissérie Cinquentinha (2009), de Aguinaldo Silva.

Entre 2011 e 2012, o primeiro protagonista: Rodrigo em A Vida da Gente, de Lícia Manzo. E entre 2012 e 2013 um papel de destaque, o Albertinho de Lado a Lado, novela de Cláudia Lage e João Ximenes Braga vencedora do Emmy. No final de 2013, o ator estreou mais uma novela das 18h, a exemplo das duas anteriores. Rafael viveu o Viktor de Joia Rara, de Duca Rachid e Thelma Guedes.

Na sequência veio Império, (2014/15), de Aguinaldo Silva, às 21h. Aqui o ator interpretou Vicente, chef do restaurante de Cláudio Bolgari (José Mayer). Apenas quatro meses separaram o desfecho da “novela do Comendador” e a estreia de Além do Tempo (2015/16), de Elizabeth Jhin, às 18h. Foi o primeiro encontro de Rafael com a autora, no qual viveu as duas vidas de Felipe, e seu amor por Lívia (Alinne Moraes).

Entre 2016 e 2017, o vilão César de Sol Nascente, de Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer. E entre 2017 e 2018 outro vilão, o Renato de O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco. Não nos esqueçamos também da apresentação do filme O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim, em 2014, como minissérie. Rafael participou da produção, a saber, no papel de Florêncio Terra.

Apesar do bom desempenho na novela das 18h, Rafael Cardoso precisa de descanso para sua imagem

Não faltou quem criticasse a escolha de Rafael Cardoso para o papel duplo de Danilo/Daniel em Espelho da Vida. O motivo, com toda a certeza, é a sucessão de trabalhos rememorada acima. Ele quase não saiu do ar desde que se lançou nacionalmente. Seu desempenho na novela de Elizabeth Jhin tem sido digno de elogios. Principalmente nesses últimos capítulos, nos quais Daniel enfim chegou a Rosa Branca. É a cidade que detém as explicações que ele tanto busca acerca de seu passado, e em nome das quais até buscou terapia de regressão com a Dra. Letícia (Letícia Persiles).

Com efeito, Rafael Cardoso é bom ator. Despertou, por exemplo, tanto o embevecimento necessário a seus mocinhos quanto o ódio e o desprezo do público por seus vilões, dois na sequência. Além disso, sua beleza e um “déficit” de atores em sua faixa etária podem ser apontados como justificativas para sua recorrência no vídeo. Não é o primeiro ator que passa por isso, e provavelmente não será o último. No entanto, até mesmo para os próprios atores, descanso na imagem e maior alternância nas características dos personagens que lhes sejam oferecidos levam a algo bom para todos. O público não se cansa de ver o ator em cena, o ator não se cansa por trabalhar quase sem descanso e sem maiores desafios, enfim. Em Rafael Cardoso temos mais um exemplo da necessidade de serem repensadas as escalações.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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